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| Fonte: We Heart It |
Em uma daquelas limpas nos arquivos do celular, encontrei
nossa única foto, de um dia absurdamente incrível. Sempre tive vontade de pular
dentro das fotos e viver os momentos novamente – quem me dera!
Acontece que eu sempre tentei entender todos os porquês
possíveis da sua partida, da sua chegada, da sua estadia cinco estrelas que eu
ofereci no meu peito. Uma novidade? Nunca entendi.
A diferença é que, vendo aquela foto e a alegria que ela
irradiava, eu percebi que não era mais preciso buscar incessantemente o porquê
ou a sua volta. Era preciso agradecer.
Agradecer, porque eu já havia esquecido a sensação do frio
na barriga. A vida é às vezes tão sacana que a gente opta por não sentir. Não
criar expectativa e não mais subir no carrinho da montanha-russa, com medo do
loop. Como é que um dia eu perdi a vontade de andar pelos trilhos com a
adrenalina a mil? Muito obrigada por me pagar esse ingresso.
Agradecer, porque de vez quando é bom se dedicar emocionalmente.
Chega uma hora que o gelo seco da boate e o gelo molhado da vodca enjoam. Olhar
de perto o olho de quem nem se sabe o nome, cansa. Bom mesmo é querer conhecer um mesmo olhar
todo dia – de perto, longe, mais perto, de cabeça para baixo. É lindo conhecer
cada pedacinho do outro de vários ângulos. Obrigada por me mostrar que eu ainda
sou capaz de não me enjoar dos mesmos olhos, boca e cabelo.
Pelas correntes nervosas que percorreram meu corpo aos 1000
km/h, por eu quase vomitar de nervosismo no primeiro encontro, pelo cheiro de
banho tomado deixado na minha roupa, por cada sinal que eu teimava em achar no
meu horóscopo, pelas situações que incrivelmente não me faziam pensar
“intimidade é uma merda”: muito obrigada.
Obrigada por me devolver a vontade de me apaixonar, quando
eu pensava que isso já era impossível. Por me devolver a vontade de cair no abismo e nem levar
paraquedas. Lembrei também da dor? Ah, eu lembrei em HD até. Mas para isso a
gente dá um jeito. Já a alma, nós temos uma só.
Tudo o que eu não te disse é que você foi embora, mas deixou
muita coisa boa. Pode não ter dado certo para o “para sempre”, mas deu certo.
Deu certo para mim: às vezes é na desorientação do loop que a gente se
encontra.





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